(ShweDagon Pagoda)
1º dia – ShweDagon Pagoda
É quase
impossível falar da cidade de Yangoon sem começar pelo ShweDagon Pagoda, seu
maior e mais imponente templo budista.
Trata-se de uma stupa principal de 98m de altura, construída em tijolos
e coberta com placas de ouro cravejadas com inúmeras pedras preciosas. Ao redor
da stupa principal encontram-se um complexo de mais de 70 outras stupas menores
e casas de oração, tudo em cima de uma gigante plataforma de mármore. Em seu
topo pode-se observar um cilindro de ouro onde estão incrustados milhares de
diamantes e uma esmeralda de 76 quilates.
Segundo a lenda
e crença, a stupa principal guarda relíquias de 4 antigos budas bem como oito
fios de cabelo do mestre Sidarta Gautama. De acordo com a tradição, dar 3
voltas ao redor da stupa em sentido horário atrai prosperidade e sorte. Além
disso, acredita-se que o complexo abriga, ao redor da sua stupa principal, 9
locais constituídos por imagens e pontos sagrados que são considerados
verdadeiras maravilhas por concretizarem a realização de desejos e atraírem
prosperidade para os fiéis que os reverenciam.
Dedicado ao
budismo Theravada, modalidade dominante no país, o local é visitado diariamente
por inúmeros monges, fiéis, birmaneses, estrangeiros e turistas, que
homenageiam o mestre Sidarta através da oferenda de flores, incensos, orações e
do ritual do banho na estátua do Buda. Tal ritual, um dos mais tradicionais,
consiste em banhar a estátua de Buda correspondente ao dia da semana em que
você nasceu. De acordo com o calendário birmanês, a semana possui 8 dias (a 4ª
feira é divida em período diurno e noturno) e para cada dia há uma manifestação
diferente da imagem de Buda (os significados você pode compreender melhor
através deste site: http://www.buddha-images.com/seven-days.asp
). Logicamente eu fiz questão de dar banho no meu Buda, que é o de sábado, como
forma de atrair prosperidade e boa sorte.
Seja tudo isso
verdade ou não, bastarão apenas alguns minutos de contemplação do ShweDagon
Pagoda para que você tenha a certeza de que se trata de um lugar profundamente
especial, repleto de paz e positividade. É sem dúvidas o maior e mais
impressionante templo que já vi em minha vida. Reserve uma tarde no local, para
apreciar tudo com calma e passar ali umas horas apenas observando o local e a
fé das pessoas que ali passam. É diferente de tudo que estamos acostumados.
Algo lindo de se ver e sentir.
Assim como na
Índia, no Myanmar você vai virar celebridade. Diversos birmaneses vão te parar
e pedir para tirar uma foto com você. Algumas vezes farão até fila, hahah. Seja
gentil, sorria e entre na brincadeira. Você é para eles tão diferente ou mais
do quanto eles são diferentes para você. Diversidade cultural e sua riqueza
fascinante.
Não perca ainda
a vista do lugar durante a noite, quando diversas luzes são acesas e ele fica
todo iluminado. Muita gente vai 2 vezes ao ShweDagon, uma no período da manhã e
outra durante a noite. Eu fui uma vez só, por volta das 14:30h, e lá fiquei até
o cair da noite. É cobrada a taxa de
entrada de 8mil kyats. Primeiro dia de viagem muito mais que renovador.
(birmaneses simpáticos)
(Ritual de banho no buda correspondente ao dia da semana em que nasci)
(Cair da noite no ShweDagon Pagoda)
2º dia – Botahtaung Pagoda e Museu de Pedras Preciosas
Existem também
outros templos em Yangoon, como o Sule Pagoda, mas este eu pulei e acabei indo
direto para o Botahtaung Pagoda que, em termos de energia forte, me ganhou à
primeira vista. Este também guarda o que acredita-se ser fios de cabelo de
Sidarta Gautama Buda, que ficam dentro de uma câmara em seu interior, ao redor
de uma redoma, condecorada com ouro, jóias e pedras preciosas. Filas de monges
e fiéis se estendem até o lado de fora do templo, para chegar perto da câmara
com as relíquias de Buda. O local guarda ainda uma folha e um potinho com a
areia da árvore onde Buda atingiu a iluminação (em Bodgaya, na Índia). Paredes
de ouro e bronze cobrem seu interior fazendo-o ainda mais impressionante.
Mas fique
atento. Como só faltava eu escrever “tourist” na minha testa, um guarda se
aproximou dentro do templo tentando conversar comigo, mas era impossível
entender qualquer pedaço de palavra que ele tentava dizer. Como eu estava no
meu mais absoluto estado de paz e ele foi gentil e educado, deixei que ele
falasse enquanto fingia que entendia algo. A única coisa que eu entendi é que
ele estava apresentando o templo pra mim e que depois obviamente iria querer
uma gorjeta. Quando estou viajando sozinha e do outro lado do planeta procuro
evitar me indispor com um local por uma quantia equivalente a menos de 1 dólar.
Além do mais, olhei nos seus olhos e pude ter alguma noção da vida que ele
levava. Muito provavelmente aquele um dólar que ele esperava como gorjeta
poderia fazer a diferença no dia dele. Mas se você é do tipo que não tem
paciência com pessoas que tentam se fazer de “espertinhas” para ganhar alguns
trocados, fique de olho.
No mais, o
Botahtaung Pagoda abriga também um local para orações como uma grande e
iluminada estátua de Buda. É cobrada taxa de entrada de 3 dólares. Vale a
visita.
(Botahtaung Pagoda)
No segundo
sementre de 2014 eu havia feito um curso de desenho de jóias e andava estudando
sobre pedras preciosas, o que me fez rapidamente inserir em meu roteiro um pulo
rápido até o Gem Stones Museaum de Yangoon. Famosa pela exploração de jade e pela
extração e produção do rubi mais puro e precioso do mundo, a Birmânia produz
raríssimas pedras preciosas de altíssimo valor comercial. Achei o museu bem
mais interessante do que eu imaginava. Amostras de diversas pedras preciosas
nos seus mais variados tamanhos, cores, nuances e tipos são encontradas em
exposição no lugar. Na entrada pode ser vista ainda a maior pedra de jade do
mundo.
Paguei 5 kyats
pela entrada. É proibido tirar fotos dentro do museu. Na saída, há alguns
andares de lojinhas com várias jóias à venda, mas não achei os preços muito
convidativos.
(Maior pedra de Jade do mundo)
3º dia – Yangoon – Bogyoke Market e Karaweik
lake.
Tirei esse
terceiro dia em Yangoon porque, como já contei em outro post, eu precisava
fazer tudo com muita calma, pois viajei mancando por conta de uma inflamação
muito forte nos meus joelhos. Estava a base de antibióticos e com ordens
médicas de fazer repouso, então aproveitei este tempo para simplesmente não
pensar em nada e ir onde me desse vontade. Se você tem pouco tempo, 2 dias em
Yangoon são suficientes.
Andar em mercadões é algo que eu gosto de
reservar uma manhã para fazer nos lugares aonde vou, pois costumam ser lugares
ótimos para apreciar a culinária local, conhecer o artesanato da região, ter
contato e conversar com locais. Acordei cedo e fui direto para o Bogyoke
Market, que havia lido que era um ótimo mercado para encontrar artesanatos em
geral, jóias, comida, etc. Mas confesso
que me decepcionei um pouco. Há algumas lojinhas com bijouterias, roupas, artesanatos e jóias lindas. Alguns até com preços convidativos. Comprei umas pulseiras de jade (a 2 dólares cada) e uma camiseta com a bandeira do Myanmar, e não me demorei muito por lá.
(Fazendo amizades no Bogyoke Market)
Voltei para o
Motherland Inn Guesthouse, pousada que eu estava hospedada, para almoçar no restaurante do lugar, pois confesso que
encontrei dificuldades em achar restaurantes em Yangoon. Além do mais a comida
lá era muito boa e absurdamente barata. Gastava em torno de 2 dólares por um
almoço com bebida.
Barriga cheia,
pé na areia. Fui aproveitar minhas últimas horas em Yangoon com um passeio ao
redor do lago Karaweik. O lugar vale ao menos uma passada rápida para ver o
Karaweik Palace, o mais luxuoso restauranteda cidade, em forma de barca
dourada, de arquitetura robusta e bem diferenciada. À noite o restaurante
funciona mediante reservas e possui apresentações de danças típicas. O jantar
custa 30 dólares por pessoa. Essa extravagância eu passei.
De dia, para
chegar perto do restaurante barca é cobrada uma taxa de 2mil kyats por pessoa e
mais 500kyats por cada câmera que você portar. Governo birmanês e sua arte de
explorar. Escondi celular e gopro, e entrei apenas com a Canon porque não cabia
dentro da bolsa. Paguei 2.500kyats mas não vale a pena. Veja o lago de longe
mesmo que a vista é ainda mais bonita.
A noite, peguei um táxi para a rodoviária, onde embarquei no ônibus para Bagan, em uma viagem de aproximadamente 9 horas, em um ônibus nada confortável. Mas essa parte eu conto no próximo post.
A noite, peguei um táxi para a rodoviária, onde embarquei no ônibus para Bagan, em uma viagem de aproximadamente 9 horas, em um ônibus nada confortável. Mas essa parte eu conto no próximo post.
(Karaweik Palace)
Planilha de
Gastos:
Diária no Motherland inn: 27Us por um quarto privado (banheiro partilhado) x2 =
54US
Média de gastos
diários com comida e água: 10 US x3 = 30 US
ShweDagon Pagoda: 8US
Botatung Pagoda: 3US
Museu de Pedras
Preciosas: 5US
Karaweik lake:
2,5US
Média de gastos com táxi: 35US
Ônibus para Bagan: 17US (comprei na própria recepção do Motherland Inn)
Ônibus para Bagan: 17US (comprei na própria recepção do Motherland Inn)
Total de gastos
de 3 dias em Yangoon: 154,5US. (Relembrando que arquei com os gastos sozinha e
precisei gastar com taxi porque não podia caminhar muito por conta do meu
problema nos joelhos. Esse mesmo roteiro dividido com mais pessoas o valor
cai).
Espero ter
ajudado.
Abraço =)
oi Pauline,tudo bem? vc recomenda esta viagem de ônibus de Yangon para Bagan? estarei indo pra la em fevereiro e ainda ano decidi como fazer esta viagem,de avião ta saindo salgado,abs.
ResponderExcluirbtw lindo relato,parabens
Sempre interessante ver relatos de outros brasileiros que já passaram por lá. Fui dois anos seguidos ao Myanmar e agora a partir de Agosto estarei trabalhando em Yangon por 6 meses, não vejo a hora :)
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