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sexta-feira, 19 de junho de 2015

Myanmar: Yangoon - A cidade do ShweDagon Pagoda

(ShweDagon Pagoda)

1º dia – ShweDagon Pagoda

É quase impossível falar da cidade de Yangoon sem começar pelo ShweDagon Pagoda, seu maior e mais imponente templo budista.  Trata-se de uma stupa principal de 98m de altura, construída em tijolos e coberta com placas de ouro cravejadas com inúmeras pedras preciosas. Ao redor da stupa principal encontram-se um complexo de mais de 70 outras stupas menores e casas de oração, tudo em cima de uma gigante plataforma de mármore. Em seu topo pode-se observar um cilindro de ouro onde estão incrustados milhares de diamantes e uma esmeralda de 76 quilates.


Segundo a lenda e crença, a stupa principal guarda relíquias de 4 antigos budas bem como oito fios de cabelo do mestre Sidarta Gautama. De acordo com a tradição, dar 3 voltas ao redor da stupa em sentido horário atrai prosperidade e sorte. Além disso, acredita-se que o complexo abriga, ao redor da sua stupa principal, 9 locais constituídos por imagens e pontos sagrados que são considerados verdadeiras maravilhas por concretizarem a realização de desejos e atraírem prosperidade para os fiéis que os reverenciam.

Dedicado ao budismo Theravada, modalidade dominante no país, o local é visitado diariamente por inúmeros monges, fiéis, birmaneses, estrangeiros e turistas, que homenageiam o mestre Sidarta através da oferenda de flores, incensos, orações e do ritual do banho na estátua do Buda. Tal ritual, um dos mais tradicionais, consiste em banhar a estátua de Buda correspondente ao dia da semana em que você nasceu. De acordo com o calendário birmanês, a semana possui 8 dias (a 4ª feira é divida em período diurno e noturno) e para cada dia há uma manifestação diferente da imagem de Buda (os significados você pode compreender melhor através deste site: http://www.buddha-images.com/seven-days.asp ). Logicamente eu fiz questão de dar banho no meu Buda, que é o de sábado, como forma de atrair prosperidade e boa sorte.

Seja tudo isso verdade ou não, bastarão apenas alguns minutos de contemplação do ShweDagon Pagoda para que você tenha a certeza de que se trata de um lugar profundamente especial, repleto de paz e positividade. É sem dúvidas o maior e mais impressionante templo que já vi em minha vida. Reserve uma tarde no local, para apreciar tudo com calma e passar ali umas horas apenas observando o local e a fé das pessoas que ali passam. É diferente de tudo que estamos acostumados. Algo lindo de se ver e sentir.

Assim como na Índia, no Myanmar você vai virar celebridade. Diversos birmaneses vão te parar e pedir para tirar uma foto com você. Algumas vezes farão até fila, hahah. Seja gentil, sorria e entre na brincadeira. Você é para eles tão diferente ou mais do quanto eles são diferentes para você. Diversidade cultural e sua riqueza fascinante.

Não perca ainda a vista do lugar durante a noite, quando diversas luzes são acesas e ele fica todo iluminado. Muita gente vai 2 vezes ao ShweDagon, uma no período da manhã e outra durante a noite. Eu fui uma vez só, por volta das 14:30h, e lá fiquei até o cair da noite. É cobrada a taxa de entrada de 8mil kyats. Primeiro dia de viagem muito mais que renovador.



(birmaneses simpáticos)







(Ritual de banho no buda correspondente ao dia da semana em que nasci)

(Cair da noite no ShweDagon Pagoda)




  

2º dia – Botahtaung Pagoda e Museu de Pedras Preciosas

Existem também outros templos em Yangoon, como o Sule Pagoda, mas este eu pulei e acabei indo direto para o Botahtaung Pagoda que, em termos de energia forte, me ganhou à primeira vista. Este também guarda o que acredita-se ser fios de cabelo de Sidarta Gautama Buda, que ficam dentro de uma câmara em seu interior, ao redor de uma redoma, condecorada com ouro, jóias e pedras preciosas. Filas de monges e fiéis se estendem até o lado de fora do templo, para chegar perto da câmara com as relíquias de Buda. O local guarda ainda uma folha e um potinho com a areia da árvore onde Buda atingiu a iluminação (em Bodgaya, na Índia). Paredes de ouro e bronze cobrem seu interior fazendo-o ainda mais impressionante.

Mas fique atento. Como só faltava eu escrever “tourist” na minha testa, um guarda se aproximou dentro do templo tentando conversar comigo, mas era impossível entender qualquer pedaço de palavra que ele tentava dizer. Como eu estava no meu mais absoluto estado de paz e ele foi gentil e educado, deixei que ele falasse enquanto fingia que entendia algo. A única coisa que eu entendi é que ele estava apresentando o templo pra mim e que depois obviamente iria querer uma gorjeta. Quando estou viajando sozinha e do outro lado do planeta procuro evitar me indispor com um local por uma quantia equivalente a menos de 1 dólar. Além do mais, olhei nos seus olhos e pude ter alguma noção da vida que ele levava. Muito provavelmente aquele um dólar que ele esperava como gorjeta poderia fazer a diferença no dia dele. Mas se você é do tipo que não tem paciência com pessoas que tentam se fazer de “espertinhas” para ganhar alguns trocados, fique de olho.
No mais, o Botahtaung Pagoda abriga também um local para orações como uma grande e iluminada estátua de Buda. É cobrada taxa de entrada de 3 dólares. Vale a visita.

(Botahtaung Pagoda)














No segundo sementre de 2014 eu havia feito um curso de desenho de jóias e andava estudando sobre pedras preciosas, o que me fez rapidamente inserir em meu roteiro um pulo rápido até o Gem Stones Museaum de Yangoon. Famosa pela exploração de jade e pela extração e produção do rubi mais puro e precioso do mundo, a Birmânia produz raríssimas pedras preciosas de altíssimo valor comercial. Achei o museu bem mais interessante do que eu imaginava. Amostras de diversas pedras preciosas nos seus mais variados tamanhos, cores, nuances e tipos são encontradas em exposição no lugar. Na entrada pode ser vista ainda a maior pedra de jade do mundo.

Paguei 5 kyats pela entrada. É proibido tirar fotos dentro do museu. Na saída, há alguns andares de lojinhas com várias jóias à venda, mas não achei os preços muito convidativos.


(Maior pedra de Jade do mundo)


3º dia – Yangoon – Bogyoke Market e Karaweik lake.

Tirei esse terceiro dia em Yangoon porque, como já contei em outro post, eu precisava fazer tudo com muita calma, pois viajei mancando por conta de uma inflamação muito forte nos meus joelhos. Estava a base de antibióticos e com ordens médicas de fazer repouso, então aproveitei este tempo para simplesmente não pensar em nada e ir onde me desse vontade. Se você tem pouco tempo, 2 dias em Yangoon são suficientes.

Andar em mercadões é algo que eu gosto de reservar uma manhã para fazer nos lugares aonde vou, pois costumam ser lugares ótimos para apreciar a culinária local, conhecer o artesanato da região, ter contato e conversar com locais. Acordei cedo e fui direto para o Bogyoke Market, que havia lido que era um ótimo mercado para encontrar artesanatos em geral, jóias, comida, etc. Mas confesso  que me decepcionei um pouco. Há algumas lojinhas com bijouterias, roupas, artesanatos e jóias lindas. Alguns até com preços convidativos. Comprei umas pulseiras de jade (a 2 dólares cada) e uma camiseta com a bandeira do Myanmar, e não me demorei muito por lá.

(Fazendo amizades no Bogyoke Market)

Voltei para o Motherland Inn Guesthouse, pousada que eu estava hospedada, para almoçar no restaurante do lugar, pois confesso que encontrei dificuldades em achar restaurantes em Yangoon. Além do mais a comida lá era muito boa e absurdamente barata. Gastava em torno de 2 dólares por um almoço com bebida.

Barriga cheia, pé na areia. Fui aproveitar minhas últimas horas em Yangoon com um passeio ao redor do lago Karaweik. O lugar vale ao menos uma passada rápida para ver o Karaweik Palace, o mais luxuoso restauranteda cidade, em forma de barca dourada, de arquitetura robusta e bem diferenciada. À noite o restaurante funciona mediante reservas e possui apresentações de danças típicas. O jantar custa 30 dólares por pessoa. Essa extravagância eu passei.

De dia, para chegar perto do restaurante barca é cobrada uma taxa de 2mil kyats por pessoa e mais 500kyats por cada câmera que você portar. Governo birmanês e sua arte de explorar. Escondi celular e gopro, e entrei apenas com a Canon porque não cabia dentro da bolsa. Paguei 2.500kyats mas não vale a pena. Veja o lago de longe mesmo que a vista é ainda mais bonita. 

A noite, peguei um táxi para a rodoviária, onde embarquei no ônibus para Bagan, em uma viagem de aproximadamente 9 horas, em um ônibus nada confortável. Mas essa parte eu conto no próximo post.

(Karaweik Palace)







Planilha de Gastos:

Diária no Motherland inn: 27Us por um quarto privado (banheiro partilhado) x2 = 54US
Média de gastos diários com comida e água: 10 US x3 = 30 US
ShweDagon Pagoda: 8US
Botatung Pagoda: 3US
Museu de Pedras Preciosas: 5US
Karaweik lake: 2,5US
Média de gastos com táxi: 35US
Ônibus para Bagan: 17US (comprei na própria recepção do Motherland Inn)
Total de gastos de 3 dias em Yangoon: 154,5US. (Relembrando que arquei com os gastos sozinha e precisei gastar com taxi porque não podia caminhar muito por conta do meu problema nos joelhos. Esse mesmo roteiro dividido com mais pessoas o valor cai).

Espero ter ajudado.

Abraço =)


2 comentários:

  1. oi Pauline,tudo bem? vc recomenda esta viagem de ônibus de Yangon para Bagan? estarei indo pra la em fevereiro e ainda ano decidi como fazer esta viagem,de avião ta saindo salgado,abs.
    btw lindo relato,parabens

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  2. Sempre interessante ver relatos de outros brasileiros que já passaram por lá. Fui dois anos seguidos ao Myanmar e agora a partir de Agosto estarei trabalhando em Yangon por 6 meses, não vejo a hora :)

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