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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Cuzco, arredores e Machu Picchu na chuva


Um pouco atrasado, mas não menos importante, aqui vão minhas impressões principais sobre um dos lugares mais intrigantes e enigmáticos do planeta: Machu Picchu.


Visitei o Peru em janeiro de 2012, muito antes mesmo de eu fazer este blog. Então, tentarei me focar nos pontos e dicas que pouco se alteram com o passar do tempo. Foi meu primeiro mochilão de verdade, acompanhada (primeiro mochilão sozinha foi o da Ásia, rs), e só tenho a agradecer a minha amiga Karina que me convenceu a viajar desse modo, onde eu peguei gosto pela coisa e nunca mais parei, rs.

Bem, primeiro ponto indispensável para ser analisado para quem vai ao Peru: clima. Aliás, esse post é para você ver o que acontece com sua viagem e suas fotos se você desobedece aos mandamentos climáticos desse lugar, assim como eu fiz. A ordem é simples e clara: Não vá na época das chuvas, que vai de dezembro a fevereiro. E eu fui em janeiro, meio do negócio, ou seja, chances raríssimas de não pegar um temporal. Era a única época que minha antiga profissão me concedia uma semana de férias, e eu decidi arriscar. Em Machu Picchu tive azar, mas no Lago Titicaca foi a sorte mais linda que alguém pode ter, e eu vou contar timtim por timtim no próximo post.

Atualmente, é fácil encontrar diversas opções de vôos para o Peru. Eu fui pela Lan e recomendo. Mas acho válido ficar de olho e aguardar uma promoção, pois já vi várias para Cuzco, destino a ser escolhido para quem pretende visitar a cidade perdida do império Inca.
Cuzco é uma cidadezinha simples, com casas e ruas de pedras, muitíssimo charmosa. A primeira percepção ao pisar no aeroporto é a altitude. O ar fica mais difícil de chegar aos pulmões e você se cansa nos primeiros 10 passos com a mochila nas costas, rs. Em razão disso, recomendo pelo menos 2 dias na cidade, antes de visitar Machu Picchu, para que seu corpo possa se aclimatar e se adaptar as longas caminhadas pelas pedras da cidade. Eu cheguei em Cuzco dia 02 de janeiro (meu aniversário =D ), fiz um dia de tour e depois segui para as Ilhas do Lago Titicaca, onde a altitude chega a 4.000m acima do nível do mar (Machu Picchu fica a mais ou menos 2400m), visitando Machu Pichu somente no final da viagem. Foi a melhor coisa que fiz.

(Comemoração das minhas 24 primaveras)

Em Cuzco, fiquei no hostel Loki e recomendo para quem segue o padrão mochileiro de viagem. Paguei o equivalente a 7U$ a diária em uma cama em quarto compartilhado de 4 pessoas. O hostel também possui um bar onde a galera se reúne. A comida é gostosa e barata e o lugar ótimo para conhecer gente nova e arrumar cia. para os tours na cidade.

Em uma das milhares agências de rua que oferecem diversas opções de passeios, escolhi o tour de um dia pelos arredores de Cuzco, passando pelo Vale Sagrado e alguns sítios arqueológicos como Pisac e Ollantaytambo. Aqui ainda foi sorte pura, pois fomos abençoados com a luz do sol.

(Cuzco)

(Vale Sagrado)

(Lhamas e chinchilas no Vale Sagrado)

(Pisac)

(Pisac)

(Pisac)

(Ollantaytambo)

(Ollantaytambo)

(Ollantaytambo)

Em Machu Picchu, começa a parte que eu falei sobre não desobedecer regras climáticas desse lugar, rs. Na verdade, tudo é uma questão de probabilidade aliada a um pouco de sorte, que você pode ter ou não ter. Aqui eu não tive, e nem por isso a viagem deixou de ser sensacional, mas ficou a sensação de que eu preciso voltar lá.

Pegamos um trem na estação Ollantaytambo (tickets providenciados pela mesma agência que fechamos o tour em Cuzco), com destino a Águas Calientes, cidade ponto de partida para quem vai a Machu Picchu. Dica: vá durante o dia, sente na janela e prepare a máquina fotográfica. Em aproximadamente 1h30min de viagem, a paisagem vista pela janela é mais que exuberante, é energética de verdade. A melhor opção é se hospedar um dia em Águas Calientes, acordar bem cedinho para tentar ver o nascer do sol na cidade Inca. O ônibus de Águas Calientes leva 20 min até a entrada de Machu Picchu. Na estação de trem, logo que você chega, tem uma feirinha com artesanatos e souvenirs maravilhosos.


(Estação em Ollantaytambo)

(Estação em Ollantaytambo)

(Vista da janela do trem)


(Na volta, cansadas mas felizes)

Machu Picchu é intrigante, alucinante, enigmática e de tirar o fôlego. A primeira certeza que eu tive na primeira visão daquele cenário foi: Isso aqui não foi construído por seres humanos. Não como nós, não naquela época e com os pouquíssimos recursos que os Incas possuíam. De fato, esse foi um povo com um nível de evolução que passa há anos luz da nossa. Até o sistema de água que passa por toda a cidade funciona até hoje. E a montanha que fica atrás da cidade possui o formato perfeito de um rosto de um Inca. Mera coincidência? Ou teriam os Incas esculpido a montanha inteira e ali firmado seu império? A parte triste é que vários pedaços da cidade estão se desfazendo e desmoronando. Portanto, se quer você quer ver Machu Picchu ainda bonita, não demore muito para ir lá.

(UNBELIEVABLE!)

(Muitas escadas de pedra)

(Brigando com a neblina para ela me deixar tirar uma foto descente)

(Burca Chuva)

(Lhama)

(Entrada)


Outro detalhe indispensável: Quando você for comprar os tickets para Machu Picchu, compre com a opção de subir o Wayna Picchu. Para quem não sabe, o Wayna Picchu é a montanha gigante que representa o “nariz” do rosto inca, que fica atrás da cidade, cenário clássico do cartão postal. Ir até lá e não subi-la é a mesma coisa que não ir. Levei 1h40min na caminhada da subida, mas a vista lá de cima compensa todo e qualquer esforço.

(Wayna Picchu)

(Vista la de cima)

(Chegando no topo)

Quando cheguei lá no topo do Wayna a chuva começou a desabar e tivemos que descer o mais rápido possível. Eu como mochileira de primeira viagem é claro que não estava com calçados muito adequados e o meu Mizuno escorregava horrores nas pedras molhadas. Isso juntou com a gravidade (aqui eu descobri que a regra “para baixo todo santo ajuda” possui exceção, rs), que me fizeram fazer o triplo de força para não cair, resultando nas unhas dos dedões dos pés bem roxas. Saldo final: morta com farofa, tênis acabado, perdi as unhas nos pés, porém mais feliz que criança abrindo presente de Natal!
Portanto, se você, assim como eu, vai insistir em ir para o Peru mesmo na época das chuvas, não deixe de levar em hipótese alguma:
- Uma boa capa de chuva: não daquelas que você compra a 5 reais no camelô, invista em uma descente. A minha eu comprei nas redes decatlon.
- Uma bota/tênis de trekking. De preferência impermeável. Lembre-se, eu ignorei esse item e perdi as unhas, que levaram cerva de 8 meses para nascerem e voltarem a ser bonitinhas. 8 meses sem ter coragem de usar um sapato aberto sem band-aid no dedo, rs.
- Bolsa/Case impermeável para seus equipamentos eletrônicos.

No mais, se você vai subir o Wayna Picchu, um dia é pouco para conhecer Machu Picchu inteira. A minha idéia era chegar lá antes do nascer do Sol mas o temporal abortou totalmente o plano. Não consegui ir ao templo da lua, o que me arrependo muito de não ter priorizado. Fui até a ponte Inca e achei dispensável.

(Ponte Inca)


Souvenirs e comidas na entrada de Machu Picchu são absurdamente caros. Leve barra de cereais, lanchinhos e água na mochila. Considerando a altitude, mesmo que esteja calor aconselho a levar um casaco. E leve também memória e bateria extra para a câmera.

Espero ter ajudado,

Abraço! =)

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