Visitei o Peru em janeiro de 2012, muito antes mesmo de eu fazer
este blog. Então, tentarei me focar nos pontos e dicas que pouco se alteram com
o passar do tempo. Foi meu primeiro mochilão de verdade, acompanhada (primeiro
mochilão sozinha foi o da Ásia, rs), e só tenho a agradecer a minha amiga
Karina que me convenceu a viajar desse modo, onde eu peguei gosto pela coisa e
nunca mais parei, rs.
Bem, primeiro ponto indispensável para ser analisado para quem vai
ao Peru: clima. Aliás, esse post é para você ver o que acontece com sua viagem
e suas fotos se você desobedece aos mandamentos climáticos desse lugar, assim
como eu fiz. A ordem é simples e clara: Não vá na época das chuvas, que vai de
dezembro a fevereiro. E eu fui em janeiro, meio do negócio, ou seja, chances
raríssimas de não pegar um temporal. Era a única época que minha antiga
profissão me concedia uma semana de férias, e eu decidi arriscar. Em Machu Picchu
tive azar, mas no Lago Titicaca foi a sorte mais linda que alguém pode ter, e
eu vou contar timtim por timtim no próximo post.
Atualmente, é fácil encontrar diversas opções de vôos para o Peru.
Eu fui pela Lan e recomendo. Mas acho válido ficar de olho e aguardar uma
promoção, pois já vi várias para Cuzco, destino a ser escolhido para quem
pretende visitar a cidade perdida do império Inca.
Cuzco é uma cidadezinha simples, com casas e ruas de pedras,
muitíssimo charmosa. A primeira percepção ao pisar no aeroporto é a altitude. O
ar fica mais difícil de chegar aos pulmões e você se cansa nos primeiros 10
passos com a mochila nas costas, rs. Em razão disso, recomendo pelo menos 2
dias na cidade, antes de visitar Machu Picchu, para que seu corpo possa se
aclimatar e se adaptar as longas caminhadas pelas pedras da cidade. Eu cheguei
em Cuzco dia 02 de janeiro (meu aniversário =D ), fiz um dia de tour e depois
segui para as Ilhas do Lago Titicaca, onde a altitude chega a 4.000m acima do
nível do mar (Machu Picchu fica a mais ou menos 2400m), visitando Machu Pichu
somente no final da viagem. Foi a melhor coisa que fiz.
(Comemoração das minhas 24 primaveras)
Em Cuzco, fiquei no hostel Loki e recomendo para quem segue o
padrão mochileiro de viagem. Paguei o equivalente a 7U$ a diária em uma cama em
quarto compartilhado de 4 pessoas. O hostel também possui um bar onde a galera
se reúne. A comida é gostosa e barata e o lugar ótimo para conhecer gente nova
e arrumar cia. para os tours na cidade.
Em uma das milhares agências de rua que oferecem diversas opções
de passeios, escolhi o tour de um dia pelos arredores de Cuzco, passando pelo
Vale Sagrado e alguns sítios arqueológicos como Pisac e Ollantaytambo. Aqui ainda foi sorte pura, pois fomos abençoados com a luz do sol.
(Cuzco)
(Vale Sagrado)
(Lhamas e chinchilas no Vale Sagrado)
(Pisac)
(Pisac)
(Pisac)
(Ollantaytambo)
(Ollantaytambo)
(Ollantaytambo)
Em Machu Picchu, começa a parte que eu falei sobre não desobedecer
regras climáticas desse lugar, rs. Na verdade, tudo é uma questão de probabilidade
aliada a um pouco de sorte, que você pode ter ou não ter. Aqui eu não tive, e
nem por isso a viagem deixou de ser sensacional, mas ficou a sensação de que eu preciso
voltar lá.
Pegamos um trem na estação Ollantaytambo (tickets providenciados
pela mesma agência que fechamos o tour em Cuzco), com destino a Águas Calientes, cidade ponto de partida para quem vai a Machu Picchu. Dica: vá durante o dia, sente
na janela e prepare a máquina fotográfica. Em aproximadamente 1h30min de
viagem, a paisagem vista pela janela é mais que exuberante, é energética de
verdade. A melhor opção é se hospedar um dia em Águas Calientes, acordar bem cedinho para tentar ver o nascer do sol na cidade Inca. O ônibus de Águas Calientes leva 20 min até a entrada de Machu Picchu. Na estação de trem, logo que você chega, tem uma feirinha com artesanatos e souvenirs maravilhosos.
(Estação em Ollantaytambo)
(Estação em Ollantaytambo)
(Vista da janela do trem)
(Na volta, cansadas mas felizes)
Machu Picchu é intrigante, alucinante, enigmática e de tirar o
fôlego. A primeira certeza que eu tive na primeira visão daquele cenário foi:
Isso aqui não foi construído por seres humanos. Não como nós, não naquela época
e com os pouquíssimos recursos que os Incas possuíam. De fato, esse foi um povo
com um nível de evolução que passa há anos luz da nossa. Até o sistema de água
que passa por toda a cidade funciona até hoje. E a montanha que fica atrás da
cidade possui o formato perfeito de um rosto de um Inca. Mera coincidência? Ou
teriam os Incas esculpido a montanha inteira e ali firmado seu império? A parte
triste é que vários pedaços da cidade estão se desfazendo e desmoronando.
Portanto, se quer você quer ver Machu Picchu ainda bonita, não demore muito
para ir lá.
(UNBELIEVABLE!)
(Muitas escadas de pedra)
(Brigando com a neblina para ela me deixar tirar uma foto descente)
(Burca Chuva)
(Lhama)
(Entrada)
Outro detalhe indispensável: Quando você for comprar os tickets
para Machu Picchu, compre com a opção de subir o Wayna Picchu. Para quem não
sabe, o Wayna Picchu é a montanha gigante que representa o “nariz” do rosto
inca, que fica atrás da cidade, cenário clássico do cartão postal. Ir até lá e
não subi-la é a mesma coisa que não ir. Levei 1h40min na caminhada da subida,
mas a vista lá de cima compensa todo e qualquer esforço.
(Wayna Picchu)
(Vista la de cima)
(Chegando no topo)
Quando cheguei lá no topo do Wayna a chuva começou a desabar e
tivemos que descer o mais rápido possível. Eu como mochileira de primeira
viagem é claro que não estava com calçados muito adequados e o meu Mizuno
escorregava horrores nas pedras molhadas. Isso juntou com a gravidade (aqui eu
descobri que a regra “para baixo todo santo ajuda” possui exceção, rs), que me
fizeram fazer o triplo de força para não cair, resultando nas unhas dos dedões
dos pés bem roxas. Saldo final: morta com farofa, tênis acabado, perdi as unhas
nos pés, porém mais feliz que criança abrindo presente de Natal!
Portanto, se você, assim como eu, vai insistir em ir para o Peru
mesmo na época das chuvas, não deixe de levar em hipótese alguma:
- Uma boa capa de chuva: não daquelas que você compra a 5 reais no
camelô, invista em uma descente. A minha eu comprei nas redes decatlon.
- Uma bota/tênis de trekking. De preferência impermeável.
Lembre-se, eu ignorei esse item e perdi as unhas, que levaram cerva de 8 meses
para nascerem e voltarem a ser bonitinhas. 8 meses sem ter coragem de usar um
sapato aberto sem band-aid no dedo, rs.
- Bolsa/Case impermeável para seus equipamentos eletrônicos.
No mais, se você vai subir o Wayna Picchu, um dia é pouco para
conhecer Machu Picchu inteira. A minha idéia era chegar lá antes do nascer do
Sol mas o temporal abortou totalmente o plano. Não consegui ir ao templo da
lua, o que me arrependo muito de não ter priorizado. Fui até a ponte Inca e
achei dispensável.
(Ponte Inca)
Souvenirs e comidas na entrada de Machu Picchu são absurdamente
caros. Leve barra de cereais, lanchinhos e água na mochila. Considerando a altitude, mesmo
que esteja calor aconselho a levar um casaco. E leve também memória e bateria
extra para a câmera.
Espero ter ajudado,
Abraço! =)
Estive aí nessa montanha maravilhosa e enigmática. Uma visão linda!!!!
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